O triângulo de pensamentos: A mente, o coração e meus devaneios

quarta-feira, agosto 12, 2015 Fernanda Alves 0 Comments


Não acredito que sofra de transtorno bi(ou será tri)-polar, em verdade minha mente é imprevisível. Sinto que em mim há duas facetas principais e uma pequena cria de demônio a espreita, esperando lapsos de total descontrole para rebelar-se.
Digo então que sou formada e controlada por dois setores de mim mesma: A razão e a emoção. Você deve se perguntar, onde está o terceiro? O terceiro é a minha própria loucura contida. As vezes sinto que ela é filha da emoção, totalmente irracional e sem o senso de medir o perigo. Desta forma concluo que "minha central de controle" é determinada por três personalidades distintas: O cientista, em sua busca da razão; a donzela em busca de emoção e por fim um bobo da corte, um coringa escapista que deve ser mantido sob cautela. 
A racional calcula cada passo, se organiza, estabelece metas,  além de  extremamente analítica. Não dá um passo sem ter a firmeza necessária, não gosta de errar o alvo e acima de tudo: não desperdiça o dardo. Talvez nessa necessidade de firmeza, perde o momento de agir, pois a vida não é regida sob uma lógica booleana, ela é mais complexa. E quando percebe que a certeza não é uma grandeza absoluta, percebe a burrada descarada cometida e se martiriza com "E se...". Tempo depois avista uma nova tarefa, uma nova atividade e se empolga novamente com mil planejamentos e metas e mal percebe que no meio do caminho ela cria sonhos e libera a doente de paixão...

... A donzela apaixonada, o paladino em campanha em sua tentativa frustada de ser um "Lawful Good", quando em essência é Neutral. A emotiva é antes de mais nada frágil. Tem a empatia de perceber a dor do outro e se apavora quando não há nada o que fazer. Toma emprestado a inteligência da áurea racional em uma tentativa de entender o ser humano e suas dores. Falha miseravelmente em entender dores que não são as suas e novamente quebra-se. Mantém-se presa e cativa ao olhar analítico da razão, que esfrega e lista todas as vezes que agiu como uma tola e por este motivo se mantém refém e cativa. Presa em ideias e conceitos, presa em sentimentos e fantasmas antigos, sussurrantes em seu ouvido. É capaz de sentir cada uma das feridas de sua alma, sabe quando latejam em noites frias e perde-se em suas lembranças. Quando ela assume, poderá agir de forma espontânea, sorrir ou chorar é apenas uma questão de perspectiva. Quando ri, ri sem parar até o riso se esvair e chorar de tanto ri. Quando chora, as lágrimas deslizam devagar e salgam meu rosto. No passado já deu muito valor a palavra alheia, entretanto subtamente começou a ouvir um sussurro de sua própria mente: A louca a seduzindo e dizendo: Você é um pássaro com medo de voar, vá em frente e tape os ouvidos a toda essa gente.

A LOUCA...
Cuidado com ela: Ela a todo momento esta disposta a testar novos limites. Ela pode desligar sua razão temporariamente e viver apenas no calor da emoção. É aquela que te faz rir e sorrir para o aletório e não temer as sombras da vida. Por preocação, a razão a prendeu e eventualmente a tola emoção dá assas a loucura: Pronto, criamos um pequeno monstrinho!

Vivo nesse descompaso, em viver meus devaneios. 
Vivo procurando por sabedoria, saber quando agir mesmo na emoção
Vivo querendo aprender a amar, aquele amor que não dói
Vivo como um bêbado tentando se equilibrar
E se distorcer no espaço...


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