Porcelana

segunda-feira, agosto 15, 2011 Fernanda Alves 0 Comments

Por fora esbelta,
Por dentro oca.
Vangloria-se de sua singular beleza
Mal reconhece sua fragilidade
Que na primeira queda pode se estilhaçar
e aquela beleza ser resumida a pequenos pedaços
memórias vazias do que um dia já foi.

Gelada, fria, vazia
Eleva-se ao mais alto posto
enquanto se esvai de si mesma
surda pelos aplausos
cega pelos olhares
perde a sua própria voz.

Renegue-se no tempo
Esqueça a si mesmo
no final serás apenas uma bonequinha de porcelana
esquecida no fundo do armário
aquela que outrora era o centro
é posta então, à margem
em um canto frio como sua pele
Em cacos cortantes.

0 sonhadores: